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A Al-Qaeda transformou a internet em uma sala de aula virtual para seus simpatizantes no mundo todo depois de soldados norte-americanos terem expulsado os seguidores de Osama bin Laden das bases de treinamento montadas no Afeganistão. A afirmação foi feita nesta quinta, dia 12, por especialistas da área.
A internet desempenhou um papel fundamental nos esforços de planejamento e coordenação da Al Qaeda nos ataques de 11 de setembro de 2001 contra alvos nos Estados Unidos. Nos anos posteriores, a rede mundial de computadores adquiriu um peso ainda maior. Agora o grupo de militantes usa a Internet para recrutar membros, disseminar medo e propaganda e para executar atentados, dizem os especialistas.
– A Internet é hoje mais perigosa do que no passado. O que quer que houvesse no Afeganistão em termos de campos de treinamento, existe hoje na internet. Alguns dos manuais (colocados na rede) são os mesmos usados no Afeganistão. Alguns foram escritos por Saif
al-Adel, um dos mais procurados
comandantes da Al Qaeda. Ele está na lista dos mais procurados do FBI – disse Rita Katz, diretora do Instituto SITE, organização sem fins lucrativos que se dedica a rastrear os sites islâmicos. Entre seus clientes estão o governo dos Estados Unidos e grandes empresas norte-americanas.
Informações postadas recentemente ensinavam como usar um telefone celular para realizar um atentado a bomba. O método serviu para os atentados ocorridos em 11 de março, em Madri, e no qual foram mortas 191 pessoas.
– Para ter certeza de que ninguém ficará com dúvidas, há até um vídeo mostrando como realizar o procedimento. É assustador – afirmou Katz.
Segundo a norte-americana, um mês antes de detonada uma onda de seqüestros no Iraque e na Arábia Saudita apareceram manuais na internet com instruções precisas sobre como capturar reféns.
Gabriel Weimann, do Instituto pela Paz (com sede nos EUA), disse que a ameaça representada pela internet foi mal-interpretada porque houve uma atenção exagerada sobre a possibilidade de acontecerem "ataques cibernéticos". Para Weimann, o que preocupa mais é o uso da rede mundial de computadores para fins mais simples – como guerra psicológica, propaganda, levantamento de fundos, recrutamento e ataques coordenados.
Com informações da agência Reuters.
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