| 09/03/2005 17h18min
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse acreditar que haja mais ataques contra Israel, executados por militantes que se opõem às negociações de paz, mas afirmou ter confiança de que conseguirá obter um cessar-fogo total das principais facções na semana que vem.
Abbas, que deve ser reunir com as facções no Egito, disse que Israel ficará nas mãos dos linha-dura se continuar retardando as negociações de paz, como fez depois do ataque palestino de 25 de fevereiro.
– Eles têm de entender que não podemos ter 100% de controle, mas nosso esforço de paz é de 100%. Temos de esperar mais ataque, porque há alguns que querem sabotar os esforços (de paz). Portanto, a demora nos preocupa ... Quando suspendemos a implementação, estamos premiando aqueles que querem obstruir o processo de paz – disse.
Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, fecharam um cessar-fogo numa cúpula no início de fevereiro, na tentativa de pôr fim ao levante armado de quatro anos, mas as facções que seguiam a trégua não chegaram a formalizá-la. Abbas afirmou estar convicto de que grupos como o Hamas, que se propõe a destruir Israel, vão anunciar que concordam com uma trégua indefinida, no encontro que acontece no Egito em 15 de março.
O otimismo quanto ao processo de paz no Oriente Médio aumentou drasticamente desde a eleição de Abbas, há dois meses, para suceder o líder palestino Yasser Arafat, que morreu em dezembro. Mas Israel suspendeu as medidas com que concordara na cúpula de fevereiro depois de um ataque suicida que matou cinco israelenses e que foi reivindicado pela Jihad Islâmica, embora líderes locais tenham afirmado não ter envolvimento no ataque.
– A guerra entre nós e os israelenses está encerrada. A reação das facções palestinas e da população ao ataque de Tel Aviv foi bem clara e mostrou que eles rejeitam totalmente tais ataques – disse Abbas.
Abbas afirmou que ainda está esperando uma declaração formal de trégua do gabinete de Sharon, para impulsionar o processo de paz e a libertação de prisioneiros palestinos, além da retirada de tropas de cinco cidades da Cisjordânia. As negociações sobre a movimentação de tropas empacaram na quarta-feira por causa da questão dos postos de controle em torno de Jericó. Abbas reiterou a exigência palestina para que haja negociações políticas em breve sobre o chamado "plano do caminho", que cria um Estado palestino, além dos esforços pelo fim da violência. Israel diz que não pode negociar as questões fundamentais enquanto os grupos militantes não forem dissolvidos.
– Sugerimos um canal secundário de negociação para abordar as questões do status definitivo, para economizar tempo. Elas seriam conduzidas em paralelo para implementar o mapa do caminho. Até agora, os israelenses não responderam positivamente – disse Abbas.
As informações são da agência Reuters.
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