| 08/04/2005 11h14min
Residências, escritórios, praças públicas. Em todo o mundo, fiéis católicos e admiradores de João Paulo II de diferentes religiões uniram-se para assistir o funeral do pontífice, que durou sete horas na manhã desta sexta, dia 8.
Graças aos modernos meios de comunicação, centenas de milhões de pessoas de todas as crenças, em todos os continentes, acompanhavam os eventos e rezavam por um papa que defendeu a união entre as religiões.
Em Israel, onde mais de 80% da população é judaica, estações de rádio e de TV anunciaram a transmissão ao vivo do funeral. O mesmo aconteceu no Egito, país com 90% de habitantes muçulmanos sunitas. Alguns iranianos ignoraram a proibição de usar antenas parabólicas a fim de assistir ao funeral em canais de TV ocidentais.
O jornal francês Libération estampou em sua manchete de primeira página a expressão Pope Star (papa estrela), em um jogo de palavras com o status de celebridade do líder da Igreja Católica. Grandes telões transmitiram ao vivo o funeral. E sites da internet prometiam atender a pessoas em suas casas e em seus escritórios.
Em toda a Polônia, terra nata do Papa, sirenes e sinos de igreja puderam ser ouvidos anunciando o funeral de seu mais ilustre cidadão. Em uma das praças públicas da Cracóvia, onde o papa foi arcebispo e rezou sua última missa no país três anos atrás, fiéis colocaram a cadeira que ele usou em um altar improvisado e decorado com uma faixa negra.
No México, segundo maior país católico do mundo depois do Brasil, milhares de pessoas foram às ruas da capital para lançar flores em um papamóvel usado pelo pontífice em uma visita. Dentro do veículo, estava uma cadeira vazia, um sobretudo papal branco e uma única fotografia de João Paulo II.
Grandes telas atraíram multidões em todo o mundo – em Roma, Londres, em Paris, em Sydney e dezenas de cidades. Em uma ilha localizada na costa do País de Gales, um grupo de 15 monges católicos, que observam uma rígida rotina de trabalho e orações e que não falam durante a noite, conseguiu uma antena parabólica a fim de melhorar a recepção da TV.
A Croácia, um país majoritariamente católico, parou para homenagear o papa, um defensor da paz nas ex-Repúblicas iugoslavas. Lojas e escolas fecharam e as ruas estavam vazias.
Na África, A TV Madagascar tinha a expectativa de que milhões de pessoas iriam até prefeituras de todo o país para assistir televisões alimentadas por geradores de energia. Membros da igreja esperavam reunir ao menos 40 mil pessoas em um estádio de Antananarivo (capital do país).
No arquipélago de Seychelles, com forte presença católica, funcionários públicos não foram trabalhar a fim de acompanhar o funeral. As redes Al Jazeera e Al Arabiya e o canal Abu Dhabi, todas TVs árabes, transmitiram ao vivo partes dos preparativos para o funeral, com comentários de padres católicos.
As informações são da agência Reuters.
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