| 01/03/2006 17h28min
A União Européia (UE) pediu hoje a adoção de medidas para evitar o contato de animais domésticos carnívoros com aves silvestres nas zonas onde tenha sido detectado o vírus H5N1, a variante mais agressiva da gripe aviária.
O Comitê Permanente da Cadeia Alimentar da UE, que reúne analistas dos 25 países, aprovou hoje em Bruxelas várias recomendações de caráter preventivo que deverão ser aplicadas onde se encontrarem aves selvagens afetadas por essa variante do vírus.
Entre elas consta que nessas regiões "os gatos devem ser mantidos fechados e os cachorros presos com coleira ou limitados de outra maneira, e sob controle do dono". Além disso "os gatos e cachorros doentes ou mortos que possam ter entrado em contato com animais infectados ou com suas gaiolas devem ser submetidos a uma inspeção veterinária ou a um exame post-mortem", segundo um comunicado divulgado ao fim da reunião.
Os analistas pedem além disso para evitar o contato com gatos e cachorros de rua encontrados mortos e para informar às autoridades veterinárias nesses casos, para a eventual realização das análises necessárias.
As autoridades alemãs informaram hoje a seus colegas do continente sobre o caso de um gato encontrado morto no fim de semana passado na Ilha de Rügen (norte do país), infectado pelo H5N1.
– O achado do H5N1 no felino se deve provavelmente a sua exposição às aves silvestres infectadas – disseram os analistas.
O Comitê parabenizou a Alemanha pelo alto nível de vigilância aplicado, que permitiu que este caso incomum em um gato tenha sido rapidamente identificado. Além disso, lembrou que no passado foram detectados casos similares em gatos e outros felinos na Ásia, e insistiu que "apesar de tudo, os dados atuais indicam que nunca se produziu uma infecção de H5N1 em humanos" causada por outros animais diferentes além das aves.
A doença em carnívoros como os gatos "não conduziu a um aumento do risco que este vírus traz para a saúde animal ou pública", acrescenta o comunicado. Segundo os analistas, "na atualidade não se dispõe de dados que permitam confirmar nem excluir a possibilidade de o H5N1 se estender a outros carnívoros, como os cachorros".
Entretanto, o Comitê apoiou uma proposta da Comissão Européia para iniciar na Suíça os procedimentos que se aplicam na UE para proibir o transporte de aves vivas, carne e outros produtos derivados nas zonas afetadas pela gripe aviária.
Há poucos dias o governo suíço confirmou a presença do H5 em várias aves encontradas mortas, e enviou amostras delas ao laboratório de referência do Reino Unido, para verificar se se tratava da variante H5N1. As autoridades suíças confirmaram hoje a presença dessa cepa num pato encontrado morto semana passada no lago Léman.
– Como a Suíça está aplicando as medidas rigorosas estabelecidas nas decisões da UE sobre a gripe aviária em aves silvestres, não há necessidade de aplicar mais restrições – diz a nota.
Além disso, os analistas concordaram hoje em estender a proibição da importação de aves vivas, frangos, caça e plumas da Croácia à ilha de Ciovo, onde se confirmou a presença do vírus na semana passada.
Com relação à França, o Comitê chegou a uma lista de 319 municípios da região de Dombes, onde existem zonas de proteção e vigilância, e aprovou as medidas das autoridades francesas em resposta ao surto de gripe aviária detectado semana passada numa granja de perus.
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