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O presidente Fernando Henrique Cardoso dedicou-se na terça-feira, 3 de setembro, seu último dia em Johanesburgo, a formar alianças que valorizassem a biodiversidade nacional, desviando o foco do fracasso, na véspera, da Iniciativa Brasileira de Energia, que propunha elevar para 10% a participação da energia renovável do planeta até 2010.
O presidente anunciou também, durante a Cúpula da Terra, ou Rio+10, que vai lutar pela aprovação da Lei da Mata Atlântica, um projeto de lei que tramita no Congresso brasileiro há 10 anos. Apesar dos aplausos que se seguiram, o anúncio do presidente foi recebido com ceticismo. Rodrigo Agostinho, dirigente do Instituto Ambiental Vid'água, de Bauru (SP), e membro da Rede de ONGs da Mata Atlântica, lembrou da oposição que a área econômica do governo tem feito ao projeto devido à previsão de incentivos financeiros a quem preservar a floresta.
Ao longo do dia, FH também se reuniu com os presidentes Vicente Fox, do México, e Hugo Chávez, da Venezuela, além de outros 12 dirigentes dos chamados países megadiversos – especialmente ricos em diversidade biológica – para discutir uma estratégia conjunta que garanta um retorno sobre o lucro obtido a partir da biodiversidade.
Fox explicou que o grupo pretende trabalhar a legislação global, na questão de patentes e propriedade industrial, para que se compartilhem os benefícios da biodiversidade com as comunidades locais. FH afirmou que a iniciativa irá constranger os países ricos, que poderiam ter sentimentos se não de solidariedade, de vergonha.
Depois do encontro dos países megadiversos, FH lançou o projeto Arpa, que pretende triplicar a área protegida na Amazônia até 2012, com recursos do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e do Global Environment Facility (GEF), um fundo administrado pelo Banco Mundial, entre outros.
O presidente, que pretendia viajar à noite, antecipou sua volta para o Brasil para o meio da tarde e desistiu de participar de um debate organizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) sobre financiamento ao desenvolvimento sustentável.
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