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Líderes indígenas da Bolívia rejeitaram nesta quinta, dia 16, a proposta do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada para colocar fim à onda de manifestações populares e prometeram continuar com os protestos até o ''açougueiro'' renunciar. Enquanto policiais eram mobilizados em La Paz para acalmar grupos que percorriam a cidade em busca de comida, os líderes do movimento iniciado há um mês disseram que a proposta do presidente de mudar algumas das políticas neoliberais criticadas era insuficiente e havia sido feita tarde demais.
– A única coisa que o povo quer é a renúncia do açougueiro – disse o líder indígena Felipe Quispe.
Estima-se que 74 pessoas tenham morrido nos conflitos entre as forças de segurança e os manifestantes, furiosos com a pobreza e a injustiça social do país, o mais pobre da América do Sul. Operações patrocinadas pelos EUA para erradicar as plantações de coca e um plano impopular de exportar gás natural através do Chile detonaram os protestos.
Jamie Solares, chefe de um importante sindicato, acrescentou:
– Que ele não deixe apenas o governo, mas também a Bolívia. E que leve o embaixador dos EUA com ele – declarou.
Na quarta à noite, Sánchez de Lozada apareceu ao lado de parceiros de coalizão para dizer:
– A democracia boliviana nunca se viu em um perigo tão grave – disse.
Muitos bolivianos estão furiosos com a morte de vários mineiros e agricultores indígenas atingidos por tiros disparados pela polícia e por soldados em meio às manifestações. A Central Operária Boliviana, um sindicato importante, afirmou que milhares de mulheres que o integravam iniciariam uma greve de fome nas igrejas católicas do país. Os homens, disse, cavariam buracos nas estradas bolivianas para intensificar os atuais bloqueios.
Na quarta, plantadores de coca e outros trabalhadores, entre os quais mineiros armados com bananas de dinamite, reuniram-se no centro de La Paz a poucas quadras do palácio presidencial, protegido pela tropa de choque.
As informações são da agência Reuters.
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