O partido Likud, do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, deve apoiar os planos de retirada de assentamentos judaicos de territórios palestinos, afirmou na quarta, dia 10, um influente legislador. Yuval Shteinitz, chefe do comitê de defesa e assuntos externos do Parlamento, falou a uma rádio antes de um encontro de alto escalão em Genebra entre líderes israelenses e egípcios. Eles discutirão as negociações de paz com os palestinos.

Shteinitz disse à Rádio Israel que Sharon apresentou aos legisladores uma "retirada unilateral de longo prazo (de partes da Cisjordânia) como alternativa a um acordo de paz".

– A retirada será dolorosa, mas Sharon acredita que ela criará uma situação muito melhor para Israel, ao mesmo tempo em que, para os palestinos, a situação será menos confortável, porque eles terão muito menos do que teriam em um acordo total – acrescentou.

Qualquer retirada unilateral de Israel provavelmente criará fronteiras de fato ao longo da barreira que o país está construindo na Cisjordânia, deixando os palestinos com um Estado muito menor do que desejavam, dividido em cantões. O encontro de Genebra entre o ministro das Relações Exteriores israelense, Silvan Shalom, e o presidente do Egito, Hosni Mubarak, ocorre em meio ao crescente sentimento no governo de Sharon de que as chances de um acordo de paz com os palestinos são fracas.

– Estou examinando os acontecimentos e a realidade é que não vejo uma boa chance de que (um acordo com os palestinos) seja realizado – disse o vice-primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.

Sharon declarou na terça que pode ordenar o desmantelamento de diversos assentamentos judaicos por motivos de segurança. Segundo Olmert, a retirada é necessária para proteger a maioria judaica de Israel, ameaçada pelo alto índice de natalidade palestino. Sharon e o Likud sempre defenderam a construção de assentamentos judaicos em terras que Israel capturou na guerra de 1967 e onde os palestinos querem criar um Estado independente.

As informações são da agência Reuters.