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General culpa comandantes por abusos cometidos contra presos no Iraque

Taguba afirmou que soldados não foram treinados de forma adequada

O general de brigada do Exército dos Estados Unidos Antonio M. Taguba, autor do relatório sobre a tortura de presos por soldados americanos no Iraque, disse nesta terça, dia 11, que falhas grosseiras de liderança, treinamento e disciplina levaram aos abusos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá.

Em sua primeira aparição pública desde que o Relatório Taguba tornou-se notícia ao redor do mundo, o militar fez as declarações durante depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Senado americano, que há dias investiga o escândalo. Taguba foi ouvido pela casa cinco dias depois do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld – que assumiu a responsabilidade pelos maus tratos e pediu desculpas pelo abuso a prisioneiros iraquianos.

O general disse que as falhas de liderança levavam diretamente à comandante de brigada general Janis Karpinski, encarregada da 800ª Brigada de Polícia Militar, que supervisionava a prisão de Abu Ghraib quando os abusos foram cometidos.

– Falhas na liderança do comando da brigada para baixo, falta de disciplina, nenhum treinamento ou coisa que o valha e nenhuma supervisão estão na raiz dos problemas – disse ele.

A general Karpinski havia dito que nada sabia sobre os abusos semanas depois de eles terem ocorrido e afirmou que a unidade da prisão onde as torturas foram cometidas estavam sob estrito controle de oficiais da inteligência militar. Segundo ela, estes podem ter encorajado os abusos.

Repetindo uma das principais conclusões de seu relatório, Taguba disse ainda ter descoberto que o envolvimento de pessoal da inteligência militar e de civis contratados pelo Exército contribuiu para "atos incompreensíveis" em Abu Ghraib.

De acordo com o jornal Washington Post, com os depoimentos desta terça, a investigação do Senado sobre os abusos ocorridos no Iraque tirou o foco da polícia militar do Exército – acusada de cometer os abusos – para a comunidade da inteligência militar, que supervisionava a prisão. O senador Carl M. Levin, democrata de mais alto escalão no comitê, elogiou o chamado Relatório Taguba, mas disse que os casos de tortura na prisão de Abu Ghraib "cheiram a esforço organizado" e foram "claramente planejados por outros".

Taguba foi uma das principais testemunhas do dia de audiência do comitê, acompanhado de outros funcionários do Pentágono, como o subsecretário de Defesa Stephen Cambone. Os depoimentos ocorreram um dia depois de o presidente George W. Bush ter feito uma defesa veemente de seu secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, em comentários que pareciam destinados a enterrar de vez rumores sobre uma possível renúncia.

A audiência ocorre à medida que o Congresso se prepara para ver uma nova série de fotografias e um vídeo que Rumsfeld alertou serem ainda mais chocantes que as imagens já vistas. O presidente do Comitê de Serviços Armados, John Warner, um republicano, pediu que o Pentágono suspenda a divulgação do material até que seja esclarecido como as fotos podem afetar investigações criminais.

Com informações da agência Reuters.

 
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