| 06/12/2008 16h48min
Só uma façanha improvável fará do Grêmio campeão brasileiro de 2008, no final da tarde deste domingo de dezembro. Afinal, o time de Celso Roth não pode nem empatar com o Atlético-MG no Olímpico e, pior ainda, depende de uma derrota do São Paulo para o Goiás — o São Paulo que está invicto há 17 partidas, o Goiás que não tem mais nenhuma ambição no campeonato. É a rodada do radinho.
Mas existe um detalhe que faz o gremista acreditar: o Grêmio, historicamente, é o time das façanhas improváveis. Um time que cresce na vicissitude e se ceva na adversidade. Em 1944, a proeza se deu num Gre-Nal. O Inter tinha o poderoso Rolo Compressor, de Tesourinha e Carlitos, e o Grêmio uma equipe pouco confiável, com Bentevi e Bombachudo. Resultado do primeiro tempo: 3 a 0 para o Rolo. Final do segundo tempo: 4 a 3 para o Grêmio.
Em 1962, faltando cinco rodadas para o fim do Gauchão, o Inter somava cinco pontos à frente, numa época em que a vitória valia dois pontos. Quer dizer:
o Inter era praticamente
campeão, ainda mais que o Grêmio perdeu mais um ponto ao empatar em 2 a 2 com o Cruzeiro. Só que o Inter perdeu dois, ao ser derrotado pelo Guarani, em Bagé, por 2 a 0. Os dois venceram as duas partidas seguintes. Era mais uma e o Gre-Nal. Ao Inter bastava um empate. Mas o Inter perdeu para o Aymoré nos Eucaliptos e o Grêmio bateu o Pelotas em Pelotas. No Gre-Nal, deu Grêmio: 2 a 0. O título foi decidido no ano seguinte, no Gre-Nal do supercampeonato. Grêmio de novo: 4 a 2.
Em áudio e fotos, recorde momentos marcantes do Grêmio no Brasileirão 2008:
Em 1998 ocorreu algo semelhante. Para se classificar às quartas-de-final, o Grêmio precisava não só
da vitória sobre a Portuguesa como de cinco outros resultados
paralelos. Deu certo. O Grêmio se classificou. E o técnico era Celso Roth!
Em 2005, o Grêmio foi autor de uma proeza inacreditável: a Batalha dos Aflitos. Ora, ninguém vence uma partida tendo quatro jogadores a menos e com o adversário batendo dois pênaltis. Ninguém. A não ser o Grêmio.
Ano passado, o Caxias ganhou o primeiro jogo da semifinal do Gauchão por 3 a 0. O Grêmio tinha de golear no segundo jogo por quatro gols de diferença. Goleou. E depois, na Libertadores, o time perdia fora e virava em casa, perdia fora e virava em casa, até chegar a vice-campeão. Como pode? O Grêmio pode. Por isso, ainda que a façanha seja improvável, com o Grêmio, convém acreditar.
Confira gráfico sobre a rodada decisiva do Brasileirão:
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